# Capítulo 2: O Pergaminho de Amora Mello não conseguiu dormir. Ele se deitou na cama por horas, encarando o dossel carmesim acima dele, cada músculo tenso, cada pensamento girando em círculos furiosos. Por volta da meia-noite, desistiu. Jogou os lençóis para o lado e se levantou, caminhando descalço até a janela. O jardim real se estendia nas sombras lá embaixo, arbustos meticulosamente aparados transformados em formas sombrias pela escuridão. Vinte e nove dias. Tecnicamente, seriam vinte e oito amanhã. Ele apertou os punhos contra o parapeito da janela. A pedra estava fria sob suas palmas. A mesa em seu quarto estava coberta de documentos. Ele tinha passado as últimas cinco horas examinando leis antigas, decretos reais, precedentes históricos. Qualquer coisa que pudesse oferecer uma brecha, uma saída. Seus olhos ardiam de tanto ler à luz de velas, e sua cabeça latejava. Mello voltou para a mesa, pegando outro pergaminho. Este datava de quatrocentos anos atrás, durante o reinado do Rei Aldric, o Segundo. Ele percorreu o texto em letra gótica desbotada, procurando alguma exceção, alguma cláusula que os conselheiros tivessem esquecido. Nada. Cada documento confirmava o mesmo. Um governante precisava ter vinte e um anos ou um herdeiro confirmado. Nenhuma menção de regentes temporários servindo por períodos prolongados. Nenhuma provisão para circunstâncias excepcionais. As leis eram absolutas. Ele jogou o pergaminho sobre a pilha com força suficiente para derrubar outros documentos. Papéis deslizaram pelo chão, mas Mello não se importou. Ele começou a andar de um lado para o outro do quarto, seus passos descalços abafados pelo tapete espesso. O que aconteceria se ele simplesmente recusasse? Se ele dissesse não e continuasse dizendo não até que os trinta dias expirassem? Alderon cumpriria sua ameaça. Mello não tinha dúvidas. O conselho declararia o trono vago. Escolheriam alguém entre as famílias nobres. Talvez o Duque Ravencroft, que sempre olhou para a coroa com ambição mal disfarçada. Ou a Condessa Merrick, cuja fortuna poderia comprar a lealdade de metade do reino. E Emma? O que aconteceria com ela quando não tivesse mais a proteção do trono? Mello parou no meio do quarto, essa ideia cortando através de sua raiva como uma lâmina. Emma tinha seis meses, talvez menos. Os curandeiros faziam o melhor que podiam, mas a doença não tinha cura conhecida. Ela definhava um pouco mais a cada dia, sua força vital escorrendo como areia através dos dedos. Se Mello perdesse o trono, quem garantiria que ela passaria seus últimos meses em conforto? Quem se importaria com uma princesa moribunda de uma dinastia caída? Ele pressionou as palmas contra as têmporas. A dor de cabeça estava piorando. Um casamento político. Era isso que eles queriam. Uma princesa de algum reino aliado, escolhida por sua linhagem e conexões, não por quem ela era. Mello teria que compartilhar seu quarto com uma estranha, falar com ela todos os dias, tocar nela. O pensamento fez seu estômago revirar. Ele voltou para a mesa, afastando todos os documentos com um movimento brusco do braço. Pergaminhos caíram no chão em cascata. Uma garrafa de tinta tombou, derramando líquido negro sobre um decreto real de três séculos atrás. "Maldição," Mello murmurou, pegando a garrafa antes que mais tinta vazasse. Ele olhou para a mancha escura se espalhando pelo pergaminho antigo e sentiu uma pontada de culpa. Esse documento tinha sobrevivido guerras, incêndios, revoluções. E ele o arruinou em um momento de frustração. Bateram levemente na porta. Mello congelou. Quem viria aos seus aposentos a esta hora? Ele olhou pela janela. Ainda estava escuro, mas o céu no horizonte começava a clarear com os primeiros tons de cinza que precediam o amanhecer. "Quem é?" ele perguntou, sua voz rouca de cansaço. "Um servo, Vossa Alteza. Tenho uma entrega urgente." Mello franziu a testa. Entregas urgentes no meio da noite raramente traziam boas notícias. Ele caminhou até a porta e a abriu. Um jovem servo de talvez quinze anos estava do outro lado, vestindo a libré azul e prata da casa real. Ele segurava um pergaminho lacrado, seus olhos cuidadosamente fixos no chão. "Isto foi deixado para Vossa Alteza," o servo disse, estendendo o pergaminho. "Com instruções de entregar discretamente." Mello pegou o pergaminho. O lacre de cera vermelha brilhava à luz das velas de seu quarto. Ele virou o pergaminho, examinando o selo. Era pessoal, não oficial. Um desenho delicado de uma flor entrelaçada com runas que ele reconheceu imediatamente. O selo de Amora. Seu coração acelerou. Ele olhou para o servo. "Quem te deu isto?" "Uma dama, Vossa Alteza. Ela não se identificou, mas me pagou bem para garantir entrega discreta." O servo hesitou. "Ela disse que era urgente." Mello dispensou o servo com um aceno de cabeça e fechou a porta. Ele voltou para perto da lareira, onde as brasas ainda brilhavam fracamente, e quebrou o selo. O pergaminho se desenrolou, revelando uma caligrafia elegante. *Príncipe Mello,* *Sei que você busca alternativas. Talvez eu tenha informações que possam ser úteis. Venha aos meus aposentos dentro de uma hora. Sozinho e discretamente.* *Confie que tenho apenas os melhores interesses do reino em mente.* *Amora* Mello leu a mensagem três vezes. Amora era a única mulher no conselho mágico, e também uma das poucas pessoas que tinha demonstrado algo próximo a compaixão durante a reunião. Mas por que ela o convocaria em segredo? Se tivesse informações que pudessem ajudar, por que não apresentá-las ao conselho completo? Ele olhou para a janela novamente. O céu estava definitivamente mais claro agora. Uma hora a partir de quando o servo recebeu a mensagem? Ou uma hora a partir de agora? Mello decidiu se preparar imediatamente. Ele trocou sua roupa de dormir por calças escuras e uma túnica simples, evitando as vestes formais que normalmente usava durante o dia. Se Amora queria discrição, ele a daria. Passou água fria no rosto, tentando afastar o cansaço que puxava suas pálpebras. Quando saiu de seus aposentos, o palácio estava em sua quietude matinal. Servos já se movimentavam pelos corredores, mas em número reduzido. Mello manteve a cabeça baixa, evitando contato visual. Ele estava quase no final do corredor quando uma voz familiar chamou seu nome. "Mello." Ele se virou. Snow estava saindo de um quarto próximo, já vestido com seu uniforme militar impecável apesar da hora precoce. Seus cabelos louros estavam úmidos, como se tivesse acabado de se lavar. "Snow," Mello disse, aliviado de ver seu amigo. "Você já está acordado." "Treinamento começa ao amanhecer." Snow se aproximou, seus olhos examinando Mello. "Você não dormiu." Não era uma pergunta. Mello esfregou os olhos. "Não consegui." "Para onde você vai?" Mello hesitou. A mensagem de Amora enfatizava discrição, mas Snow era seu melhor amigo. Seu único amigo verdadeiro. Se havia alguém em quem ele podia confiar... "Amora me mandou uma mensagem," ele admitiu. "Ela quer me ver em seus aposentos. Diz que tem informações que podem ajudar." Uma expressão que Mello não conseguiu ler cruzou o rosto de Snow. "Interessante." "Eu deveria ir sozinho, mas..." Mello olhou para seu amigo. "Você poderia vir comigo? Ficar de guarda do lado de fora?" Snow inclinou a cabeça, considerando. "Claro. Para que servem os amigos?" Eles caminharam juntos pelos corredores cada vez mais iluminados. O sol estava nascendo, enviando raios dourados através das janelas altas. Servos passavam carregando bandejas de café da manhã, toalhas limpas, lenha para lareiras. Alguns se curvavam ao ver Mello, outros apenas mantinham os olhos baixos. Os aposentos de Amora ficavam no ala norte do palácio, uma seção reservada para membros de alto escalão do conselho. Mello raramente vinha a esta parte do edifício. As paredes aqui eram decoradas com tapeçarias retratando cenas de magia antiga, e o ar tinha um cheiro levemente diferente, como ervas secas e algo mais, algo que fazia sua pele formigar. Eles chegaram a uma porta dupla de carvalho escuro, entalhada com símbolos que Mello reconheceu como runas de proteção. Ele parou, olhando para Snow. "Fique aqui," ele instruiu. "Não deixe ninguém entrar ou se aproximar o suficiente para ouvir." Snow se posicionou ao lado da porta, suas mãos cruzadas atrás das costas em uma postura militar padrão. "Pode contar comigo." Mello respirou fundo e bateu na porta. "Entre," veio a voz de Amora de dentro. Mello empurrou a porta e entrou. Os aposentos de Amora eram surpreendentemente espaçosos. Uma sala circular com teto alto, janelas arqueadas que davam para os jardins do palácio. A decoração era rica mas não ostensiva. Prateleiras cobriam uma parede inteira, repletas de livros e pergaminhos. Instrumentos estranhos que Mello não conseguia identificar estavam dispostos sobre uma mesa comprida. Cristais de várias cores capturavam a luz do sol nascente e a refratavam em arco-íris dançantes. No centro da sala, próxima a uma lareira onde o fogo crepitava alegremente, Amora estava sentada em uma poltrona estofada. Ela usava um vestido de cor verde-musgo, mais simples que o elaborado traje do conselho, mas ainda elegante. Seus cabelos ruivos estavam soltos, caindo em ondas sobre seus ombros. "Príncipe Mello," ela disse, levantando-se graciosamente. "Obrigada por vir." "Sua mensagem disse que tinha informações," Mello respondeu, fechando a porta atrás de si. "Direto ao ponto." Amora sorriu levemente. "Aprecio isso. Por favor, sente-se." Ela gesticulou para uma segunda poltrona do outro lado da lareira. Entre elas, sobre uma mesa baixa de madeira escura, estava uma bandeja com uma chaleira de cerâmica e duas xícaras delicadas. Mello se sentou, embora cada músculo em seu corpo estivesse tenso. Ele observou Amora pegar a chaleira e servir um líquido âmbar claro em ambas as xícaras. Vapor se ergueu, carregando um aroma de ervas e algo doce. "Camomila com mel," Amora explicou, empurrando uma xícara em sua direção. "Para acalmar os nervos." "Meus nervos estão bem," Mello mentiu, pegando a xícara apenas para ter algo para fazer com as mãos. Amora se recostou em sua poltrona, segurando sua própria xícara. "Você passou a noite procurando brechas legais." Mello a encarou. "Como você sabe?" "Porque é exatamente o que eu faria em seu lugar." Ela tomou um gole de chá. "E porque conheço o olhar de alguém que passou horas debruçado sobre documentos antigos à luz de velas." Mello tocou inconscientemente o canto de seus olhos, onde sabia que havia olheiras. "Não encontrei nada." "Eu sei. Eu verifiquei as mesmas leis antes da reunião do conselho." Amora colocou sua xícara de volta na mesa. "As leis de sucessão são, infelizmente, muito claras." "Então por que me chamar aqui?" Frustração tingiu a voz de Mello. "Se não há saída legal—" "Eu disse que as leis são claras. Não disse que não havia alternativas." Amora se levantou e caminhou até a mesa longa onde os instrumentos estranhos estavam dispostos. Ela moveu alguns de lado, revelando uma pilha de livros antigos embaixo. Mello observou enquanto ela selecionava um volume particularmente velho, sua capa de couro desgastada e rachada. Quando Amora voltou e colocou o livro sobre a mesa baixa entre eles, Mello viu que não tinha título visível. "Este grimório," Amora disse, abrindo-o cuidadosamente, "contém magias antigas. Algumas consideradas perdidas. Outras... proibidas." "Proibidas?" Mello repetiu, inclinando-se para frente apesar de si mesmo. "Proibidas porque são perigosas. Porque interferem com a ordem natural das coisas." Amora virou as páginas lentamente, revelando ilustrações detalhadas e texto em uma língua que Mello não reconhecia. "Mas também proibidas porque aqueles no poder temiam o que poderiam fazer." Ela parou em uma página específica. A ilustração mostrava duas figuras humanas cercadas por círculos concêntricos de runas. Linhas de energia pareciam fluir entre elas. "O que é isso?" Mello perguntou. "Um ritual de transferência." Amora traçou um dedo sobre a ilustração. "Muito antigo. Anterior até à fundação de Lysandra." Mello olhou mais de perto. Havia algo nas figuras ilustradas, algo sobre suas posições e a energia fluindo entre elas, que fazia seu estômago apertar com apreensão. Amora começou a explicar, sua voz baixa e cuidadosa. "O conselho exige que você gere um herdeiro. Assumem que isso requer uma esposa. Mas tecnicamente, a lei apenas estipula que você deve ter um filho de seu próprio sangue." "Sim," Mello disse lentamente. "E como eu teria um filho sem uma mulher?" Amora o observou por um longo momento. "E se você mesmo pudesse carregá-lo?" O silêncio que se seguiu foi absoluto. Mello piscou, certo de que tinha ouvido errado. "O quê?" "Esta magia," Amora tocou o grimório novamente, "permitiria que seu corpo passasse por uma transformação temporária. Você poderia receber a semente de outro homem através de um ritual específico, conceber uma criança e carregá-la até o nascimento." Mello se levantou tão bruscamente que sua cadeira quase tombou. Ele recuou vários passos, olhando para Amora como se ela tivesse acabado de sugerir que ele pulasse da torre mais alta do palácio. "Isso é... isso é absurdo," ele conseguiu dizer. "Antinatural. Impossível!" "Não impossível." Amora permaneceu calma, suas mãos ainda apoiadas no grimório aberto. "Apenas extremamente raro. Esta magia foi usada antes, embora não por centenas de anos." "Não." Mello balançou a cabeça vigorosamente. "Não, isso não pode ser real. Homens não podem ter filhos." "Homens comuns, não. Mas com a magia certa, aplicada por alguém com conhecimento suficiente..." Amora deixou a frase inacabada, gesticulando para o grimório. Mello continuou balançando a cabeça. Sua respiração estava vindo mais rápido, seu coração batendo descontroladamente. A sala parecia estar girando. "Você está sugerindo que eu..." Ele não conseguiu nem terminar a frase. A própria ideia era tão além de qualquer coisa que ele tinha considerado, tão completamente fora dos limites do possível ou aceitável. "Estou apresentando uma opção," Amora disse gentilmente. "Nada mais." "Uma opção?" Mello deu uma risada sem humor. "Você está sugerindo que eu me transforme em algo que não sou, que eu... que eu..." Novamente, as palavras falharam. Amora fechou o grimório lentamente. "O ritual seria conduzido em segredo. O conselho nunca saberia os detalhes. Tudo que eles veriam seria que você produziu um herdeiro de seu próprio sangue, satisfazendo a exigência deles." "E a pessoa que... que forneceria..." Mello engoliu em seco, incapaz de dizer a palavra. "O que aconteceria com ela?" "Ele," Amora corrigiu suavemente. "Teria que ser alguém de sua confiança. Alguém disposto a manter o segredo pelo resto de sua vida. E alguém cujo sangue você não se importaria de misturar com o seu, já que a criança carregaria a herança de ambos." Mello pressionou as costas contra a parede, como se distância física de Amora e seu grimório pudesse de alguma forma fazer essa conversa toda desaparecer. Sua mente girava, tentando processar o que estava sendo sugerido. "Isso quebraria todas as leis da natureza," ele disse. "Quebraria convenções," Amora concordou. "Mas não leis escritas. Tecnicamente, você teria cumprido a exigência do conselho. Um herdeiro de seu sangue." "Eles nunca aceitariam isso!" "Eles não precisariam saber." Amora se levantou, caminhando lentamente em direção a Mello, mas parando a uma distância respeitosa. "Pense nisso. O conselho quer um herdeiro para garantir a sucessão. Eles querem que você se case porque assumem que é o único caminho. Mas se você apresentasse um herdeiro sem casamento, o que poderiam fazer?" "Me executar por bruxaria," Mello sugeriu amargamente. "Ou aceitar o fato consumado." Amora cruzou os braços. "Uma criança real, de sangue comprovado, garantindo a continuidade da dinastia. Isso é tudo que eles realmente querem." Mello deslizou pela parede até ficar agachado, suas mãos entrelaçadas atrás da cabeça. Isso era loucura. Loucura completa. Nenhuma parte dele queria considerar essa possibilidade. Mas uma voz pequena e traiçoeira em sua mente sussurrou: *Seria sua escolha. Não a deles.* "Quanto tempo?" ele perguntou sem olhar para cima. "Se eu fizesse isso, quanto tempo levaria?" "O ritual em si leva algumas horas. A gestação seria de nove meses, como qualquer outra." Amora pausou. "Você teria que permanecer no palácio durante esse tempo, é claro. Esconder a transformação física até que a criança nascesse." Nove meses. Mello fechou os olhos. Nove meses de carregar segredo que poderia destruí-lo se fosse descoberto. Nove meses de viver uma mentira. Mas também nove meses sem ter que compartilhar sua cama com uma estranha. Sem ter que sorrir para uma princesa que ele não conhecia e não amava. Sem ter que vender sua autonomia para satisfazer as demandas do conselho. "Eu não posso fazer isso," ele disse finalmente, levantando-se. "É antinatural. Errado." Amora não argumentou. Ela simplesmente assentiu e voltou para sua poltrona, pegando o grimório da mesa. "Você tem vinte e nove dias restantes. Use-os para considerar todas as suas opções." "Não há nada para considerar." Mello caminhou em direção à porta, cada fibra de seu ser querendo sair daquele quarto, daquela conversa, dessa ideia impossível. "Obrigado por... por tentar ajudar. Mas não." Sua mão estava na maçaneta quando Amora falou novamente. "Mello." Ele parou mas não se virou. "Eu não vou forçar nada em você," ela disse suavemente. "Mas considere isto: o conselho vai forçar. Eles vão escolher sua noiva, ditar quando você se casa, controlar cada aspecto de sua vida. Esta opção, por mais estranha que pareça, seria completamente sua. Sua escolha. Seu controle." Mello abriu a porta sem responder. Snow ainda estava do lado de fora, exatamente onde Mello o tinha deixado. Ele se endireitou imediatamente ao ver Mello sair, seus olhos examinando o rosto de seu amigo. "Está tudo bem?" Snow perguntou. Mello abriu a boca para responder. Fechou-a novamente. Abriu mais uma vez. Nenhuma palavra saiu. Como ele poderia explicar o que tinha acabado de ouvir? Como poderia começar a processar a proposta de Amora? Ele desviou o olhar, incapaz de encarar os olhos questionadores de Snow. "Eu... preciso pensar," ele finalmente conseguiu dizer. "Preciso pensar antes de falar sobre isso." Snow franziu a testa, claramente insatisfeito com a resposta vaga. "Mello, o que ela disse?" "Mais tarde." Mello começou a caminhar pelo corredor, seus passos rápidos e descoordenados. "Eu te conto mais tarde. Só preciso... pensar." Ele ouviu Snow seguindo atrás dele, mas não se virou. Não podia. Não agora. Sua mente era um turbilhão de pensamentos conflitantes, imagens do grimório, as palavras de Amora ecoando em sua cabeça. *Seria completamente sua. Sua escolha. Seu controle.* Mello apertou o passo, como se pudesse deixar a conversa para trás fisicamente. Mas ele sabia que era impossível. As palavras de Amora tinham sido plantadas, e agora cresceriam em sua mente, querendo ele ou não.

Comments (0)

No comments yet. Be the first to share your thoughts!

Sign In

Please sign in to continue.