Capítulo 17: O Barco no Rio Dourado
Matt acordou abruptamente, o terror da visão das Rainhas Ancestrais ainda o assombrando. Randal dormia pacificamente ao seu lado, o que era um contraste irritante com o caos que Matt estava vivenciando. Ele era o canal para o descanso do Rei, e esse papel o havia arrastado para o centro de uma teia mágica e política muito maior do que ele jamais poderia ter imaginado.
Ele se levantou da cadeira onde estava sentado, movendo-se silenciosamente pelo quarto. Precisava de água e de silêncio para processar a magnitude do aviso. As Rainhas o tinham advertido: ele era o âncora de Randal, mas também a sua fraqueza. A dependência do Rei era perigosa, e a nobreza o odiava. Matt pensava que a sua luta era pela justiça social, mas agora se tratava de sobrevivência mística e política.
Ele caminhou até a mesa de trabalho de Randal, onde havia uma jarra de água. Ao beber, Matt observou o Rei, que parecia inocente e exausto, mesmo em sono profundo. Randal era o governante de um reino poderoso, mas a sua maldição biológica o tinha transformado num refém de Matt.
Matt sentou-se na beira da cama, observando Randal. Ele pensava sobre o Manifesto do Povo. A proposta de taxar a nobreza era a única saída para a crise financeira e a única forma de mitigar a desigualdade. As Rainhas queriam que ele suavizasse o Manifesto, mas isso significaria trair a sua própria filosofia e, pior, trair o povo.
Ele tentou racionalizar a situação. O Voto de Ligação tinha-o tornado um Consorte da Linhagem. Se ele tinha o conhecimento e a vigilância das Rainhas, talvez pudesse usá-lo para os seus próprios fins. Matt não era um homem de poder, mas a sabedoria era a sua única arma.
O anel de sinete no seu dedo parecia mais pesado agora. Ele não era mais apenas um símbolo de um casamento político forçado; era o seu bilhete para o domínio ancestral.
Matt precisava de descansar. A visão do Lago Dourado o tinha esgotado mentalmente. Ele precisava de clareza para enfrentar Valerius e o Conselho. Ele deitou-se ao lado de Randal, mantendo uma distância respeitosa. O corpo de Randal emitia um calor suave, e a sua respiração era lenta e rítmica. A proximidade era, de facto, pacificadora.
Matt fechou os olhos, mas a sua mente continuava a correr, repassando as palavras das Rainhas. *“O teu Manifesto é perigoso, porque ele perturba a ordem.”* *“Tu és o Estranho, o portador da paz, pode-se tornar o destruidor do Rei.”*
Ele tentou se concentrar na inutilidade, na passividade. A sua filosofia de desapego era a chave para o descanso, mas agora era impossível se desapegar da responsabilidade que tinha acabado de receber.
Matt estava deitado por alguns minutos, e ele sentia o seu corpo a relaxar lentamente. A exaustão da viagem mística estava a prevalecer sobre o medo. Ele aceitou a escuridão e a rendição, permitindo que o sono o levasse.
Quando Matt adormeceu novamente, ele não acordou no quarto. O seu despertar foi imediato, e ele estava num ambiente completamente diferente.
Ele estava num barco pequeno, feito de madeira escura e polida, que flutuava suavemente. O barco estava sobre a água, mas não era o Lago Dourado da sua visão anterior. Este rio era mais estreito e estava rodeado por vegetação exuberante. Ele reconheceu o cheiro de flores e terra húmida. Este era o rio que atravessava o jardim do castelo, embora parecesse muito mais vasto e misterioso nesta forma onírica.
Matt sentou-se na proa do barco, ajustando-se à nova realidade. O céu acima era de um azul profundo, com estrelas que brilhavam como diamantes, apesar de ser, presumivelmente, dia. Ele estava novamente no domínio da magia, mas desta vez, a atmosfera era mais calma e contemplativa.
Ele olhou para a água, que fluía com um brilho dourado fraco, refletindo as estrelas. O rio não parecia ter margens visíveis; a vegetação densa formava uma parede verde que se perdia na escuridão.
O barco deslizava sem remos, impulsionado por uma corrente invisível. Matt pensava que a sua mente estava a tentar processar a experiência das Rainhas, e que este era um estado intermédio entre o sono e o despertar total. Ele estava no *Voto de Ligação*, mas de uma forma mais suave.
Ele olhou para a popa do barco e viu uma figura sentada lá. Era uma mulher, e ela estava a observá-lo.
A mulher tinha traços que eram inegavelmente semelhantes aos seus. A mesma estrutura óssea, a mesma forma do nariz, e, o mais notável, os mesmos olhos penetrantes, embora os dela tivessem uma profundidade que Matt nunca tinha visto em si mesmo. Ela usava um vestido simples, de cor cinza, sem adornos, que era uma antítese do luxo do castelo.
Ela era jovem, talvez da idade de Lena, a prostituta que o tinha acolhido. A mulher sorriu, e o sorriso era genuíno, sem ironia ou condescendência.
“Finalmente acordaste, Matt,” a mulher disse, e a sua voz era suave e musical, um som que parecia pertencer ao rio e não ao mundo.
Matt ficou confuso. “Quem és tu? E como é que tu sabes o meu nome?”
A mulher riu suavemente, um som que ecoava no silêncio do rio. “Eu sou a tua vigilância. E eu sou a única que te pode dizer a verdade sobre este lugar, o *Rio da Consciência*.”
Matt olhou para o seu reflexo na água. Ele não conseguia ver a mulher refletida, apenas ele mesmo e as estrelas.
“Eu tive um encontro com as Rainhas da Casa de Von Ivory. Elas disseram que eu sou o Consorte da Linhagem,” Matt disse, porque ele precisava de contexto.
A mulher assentiu. “Elas disseram a verdade, mas elas não disseram toda a verdade. Elas são a Tradição. Eu sou o Entendimento.”
“Tu pareces-te comigo. Tu és a minha irmã, ou a minha mãe?” Matt perguntou, porque a semelhança era perturbadora.
“Eu sou a projeção da tua mente, Matt. A tua mente está a tentar dar sentido ao Voto. Tu não tens um espelho há muito tempo, e tu não te vês como os outros te veem. Eu sou o teu reflexo interno, a parte que tu ignoras,” a mulher explicou.
Matt considerou a ideia. Ele sempre tinha vivido como um observador, e ele tinha negligenciado o seu próprio ser. A sua filosofia de desapego tinha-o tornado um estranho para si mesmo.
“O que é que tu queres que eu saiba?”
“O Voto de Ligação não é apenas um portal para a linhagem; ele é um espelho para a tua alma. As Rainhas veem a Tradição. Eu vejo a tua força. A tua força reside na tua inutilidade. Tu és o único que pode forçar o Rei a parar, e isso é um poder imenso,” a mulher disse.
Matt franziu a testa. “Elas disseram que a minha influência pode consumir Randal.”
“Elas disseram isso porque elas temem a mudança. A Tradição é estática, e tu és a revolução. A dependência de Randal é real, mas ela não é mágica. É humana. Ele precisa de ti para ser humano, para parar de ser o Rei-Máquina que ele se tornou,” ela explicou.
O barco continuava a deslizar, e Matt olhou para as margens, onde ele via flashes de luz verde e dourada.
“O que é este *Rio da Consciência*?”
“É o fluxo de todos os pensamentos do castelo, Matt. Quando tu estás ligado a Randal, tu estás ligado a todos. A magia do castelo é construída sobre a vigília e a memória. O *Rio* é a forma como o castelo pensa. Quando Randal dorme, o castelo também repousa, e a tua mente está livre para navegar,” ela disse.
Matt percebeu que ele estava a receber informações que o colocavam numa posição de poder ainda maior. Ele não era apenas o consorte; ele era o tradutor da mente do reino.
“As Rainhas avisaram-me sobre Valerius e a nobreza. Eles vão tentar me destruir,” Matt disse.
“Valerius não te pode destruir se tu fores honesto com a tua própria força. O teu Manifesto do Povo é o que o aterroriza. Ele é o medo da perda, e tu és a promessa de partilha. Tu tens que lutar contra a Tradição, mas tu não podes lutar contra a sua existência. Tu tens que encontrar o equilíbrio,” a mulher disse.
“Como é que eu posso negociar a justiça social sem a trair?” Matt perguntou, porque esse era o seu conflito central.
A mulher sorriu, e ela apontou para a água. “O rio flui em duas direções, Matt. Ele leva a miséria para longe, e ele traz a riqueza para perto. A justiça social não é a abolição da riqueza; é a abolição da miséria. Tu podes forçar a nobreza a contribuir para a base, e isso é o suficiente para começar a mudança.”
Matt pensou no imposto que ele tinha proposto: *O Manifesto do Povo: O Preço da Inutilidade*.
“O imposto é a minha arma,” Matt afirmou.
“É a tua alavanca. Mas tu tens que entender que o Rei Randal está a lutar contra os seus próprios fantasmas. Ele está a usar a sua insónia como uma forma de evitar a responsabilidade de ser o Rei. Ele está a tentar controlar o incontrolável,” ela disse.
“Ele precisa de confiar em mim. Eu sou o seu substituto moral,” Matt disse.
“Não é apenas confiar em ti. É confiar no seu próprio descanso. Randal tem medo de parar de ver o mundo, porque ele acha que o caos vai engolir o reino. Tu tens que mostrar-lhe que o caos já está lá, e que o descanso dele é a única forma de o enfrentar com clareza,” a mulher explicou.
O barco deslizou sob um arco de pedra que estava coberto de hera. A luz do céu noturno diminuiu, e eles entraram numa escuridão profunda.
“Tu tens que usar o conhecimento das Rainhas. Elas são a história do reino. Elas sabem como a nobreza pensa, e elas sabem como a magia funciona. O seu aviso sobre a dependência é uma verdade mística. A tua presença alimenta a sua mente, e a sua mente alimenta a tua. O Voto é uma simbiose,” ela disse.
“Eu não quero ser um parasita,” Matt retrucou.
“Tu não és um parasita. Tu és o equilíbrio. Randal estava a consumir-se com a vigília, e tu és o seu contrapeso. Tu estás a dar-lhe o que ele mais precisa, e isso é a inutilidade. Tu és o conforto. Tu tens que aceitar a tua utilidade na inutilidade,” a mulher disse.
Matt pensou na sua vida anterior. Ele era um filósofo errante, vivendo na simplicidade e no desapego. A sua maior utilidade era não ter nenhuma. Agora, a sua inutilidade era a salvação de um Rei.
“O que é que eu devo fazer com o conhecimento da linhagem?” Matt perguntou.
“Tu deves filtrá-lo através da tua filosofia. As Rainhas veem a estabilidade através da tradição. Tu deves ver a estabilidade através da justiça. Tu és o filtro que Randal precisa,” ela disse.
O barco saiu do arco de pedra, e eles estavam numa parte mais larga do rio. À sua frente, Matt viu uma pequena ilha, e no centro da ilha, havia uma figueira, a mesma figueira onde ele tinha encontrado Luther.
“A figueira é o símbolo da tua jornada, Matt. Ela é a fonte do conforto e da sabedoria. Foi lá que tu aceitaste o fardo de Luther, e foi lá que tu percebeste a inutilidade da riqueza sem afeto,” a mulher disse.
“Eu preciso de falar com Luther. Ele está a sofrer por causa da falta de atenção de Randal,” Matt disse.
“Luther é o reflexo da dor de Randal. A sua solidão é a solidão do Rei. Tu tens que curar a relação deles, porque isso vai curar o reino. A estabilidade não é apenas política; é familiar,” a mulher explicou.
Matt pensou na dor de Luther, e como ele o tinha abraçado sob a figueira.
“Eu tenho que ser mais do que um consorte político. Eu tenho que ser uma âncora familiar,” Matt percebeu.
“Sim. Tu és o Estranho, o observador, o único que pode ver o quadro completo. Randal está cego pela sua responsabilidade. Ele está a usar o reino para evitar a sua própria dor. Tu tens que forçá-lo a enfrentar a sua humanidade,” a mulher disse.
Matt olhou para a mulher. Ela era a sua própria sabedoria, personificada pela sua imagem.
“O que acontece se eu falhar? Se Valerius me destruir?”
“Tu não podes falhar se tu fores honesto com a tua verdade. O fracasso é a traição do teu próprio Manifesto. Se eles te destruírem, tu vais ter feito a tua parte, e Randal vai ter a sua verdade. Mas o reino vai sofrer. Tu tens que ser mais astuto do que Valerius. Ele usa a tradição. Tu usa a lógica,” a mulher disse.
O barco começou a abrandar perto da figueira.
“O meu tempo está a acabar. Tu vais acordar em breve. Lembra-te disto: a tua filosofia é a tua magia. A tua presença é a tua utilidade. Tu és o Consorte do Conforto Inutilitário, e isso é o que te faz o mais poderoso de todos,” a mulher disse.
Ela estendeu a mão para Matt, e o toque dela era frio e elétrico.
“Eu sou a tua intuição, Matt. Eu estou sempre aqui, no *Rio da Consciência*. Usa-me,” ela disse.
Matt sentiu o puxão familiar da realidade. O barco, o rio e a mulher começaram a dissolver-se em tons de azul e ouro.
Ele abriu os olhos abruptamente. Ele estava de volta ao quarto de Randal, deitado ao lado do Rei. A luz da manhã estava a entrar pelas janelas. Randal ainda dormia.
Matt sentou-se na cama, respirando fundo. Ele não estava mais aterrorizado. Ele estava determinado. A visão do Rio da Consciência tinha-o acalmado.
Ele olhou para o anel no seu dedo. Ele era o Consorte da Linhagem, mas ele também era o Consorte da Inutilidade. Ele tinha que usar a sabedoria das Rainhas, mas ele tinha que a filtrar através da sua filosofia.
Matt levantou-se da cama, movendo-se com um novo propósito. Ele precisava de começar a negociar. Ele precisava de falar com Randal sobre Luther, e sobre o Manifesto.
Ele vestiu a sua túnica simples, que Lena lhe tinha dado. O luxo do quarto de Randal parecia ridículo em contraste com a sua simplicidade.
Randal começou a mexer-se na cama. Matt sabia que o Rei ia acordar em breve. Ele tinha que estar pronto.
Matt sentou-se na cadeira de novo, esperando. Ele tinha que planear a sua abordagem. Valerius tinha o Conselho, mas Matt tinha a verdade.
A porta do quarto abriu-se, e Luther entrou, esfregando os olhos. Ele usava a mesma roupa rica de antes, e ele parecia melancólico.
“Matt, tu estás aqui. Eu não consegui dormir,” Luther sussurrou, e ele aproximou-se da cama.
Matt sorriu suavemente. “Eu sei, Luther. Mas o teu irmão conseguiu. E isso é o mais importante.”
Luther olhou para Randal, que dormia profundamente. “Ele parece um anjo quando dorme. Mas quando ele está acordado, ele é o Rei, e ele não tem tempo para mim.”
“Nós vamos mudar isso, Luther. Eu sou o Consorte agora. Eu tenho o poder de o forçar a ver-te,” Matt disse, e ele pensou na sua própria imagem no rio.
Matt percebeu que a sua nova posição não era apenas para a justiça social; era para a cura familiar.
Luther sentou-se na beira da cama, e ele observou Randal.
“Tu não vais embora, pois não, Matt? Valerius disse que tu és perigoso,” Luther perguntou, e a sua voz estava cheia de medo.
“Eu não vou embora. Eu tenho um trabalho a fazer. O teu irmão precisa de mim, e o reino também,” Matt respondeu.
Matt tinha que usar Luther para se conectar com Randal numa base humana. A relação entre os irmãos era a chave para a estabilidade.
Randal acordou, e ele olhou para Matt com uma expressão de surpresa e gratidão.
“Matt. Eu dormi. Eu dormi a noite inteira. Eu não conseguia lembrar-me da última vez que isso aconteceu,” Randal disse, e ele sentou-se na cama.
“Eu sei. Eu tive um encontro com as tuas ancestrais, Randal. Elas não estão satisfeitas,” Matt disse, e ele olhou para Luther.
Randal franziu a testa, confuso. “Ancestrais? O que é que tu estás a falar?”
“O Voto de Ligação levou-me para o domínio ancestral. Eu sou o Consorte da Linhagem agora. E elas avisaram-me sobre ti e a tua dependência,” Matt disse.
Randal olhou para Luther. “Luther, podes sair um pouco? Eu preciso de falar com Matt.”
Luther assentiu, mas ele estava desapontado. Ele saiu do quarto, e Matt olhou para Randal.
“O que é que as Rainhas disseram?” Randal perguntou, e ele estava ansioso.
Matt explicou a visão, o Lago Dourado, o aviso sobre o Manifesto e a dependência. Ele omitiu a visão do *Rio da Consciência* e a sua própria projeção. Ele precisava de manter alguma vantagem.
“Elas disseram que a minha influência pode te consumir. Se eu te deixar, a tua mente pode desmoronar-se. Tu és dependente de mim, Randal,” Matt disse, e ele usou o tom de voz da Rainha de cabelos ruivos.
Randal estava em choque. “Eu não sabia que o Voto era tão poderoso. Eu pensei que era apenas um truque político para calar Valerius.”
“Não foi um truque, Randal. Foi uma transação mística. Eu sou a tua âncora. E agora, tu tens que pagar o preço do teu descanso,” Matt disse.
Randal assentiu. Ele estava a processar a informação. “O Manifesto. O imposto sobre a nobreza. Tu tens o meu apoio, Matt. Nós temos que lutar contra o Conselho.”
“Não é apenas o Conselho. É a tua própria mente. Tu tens que parar de fugir da tua humanidade. Tu usas a tua insónia como uma desculpa para não viver. Tu tens que aceitar a inutilidade do teu descanso, e a utilidade da tua atenção para com Luther,” Matt disse, e ele foi direto.
Randal olhou para a porta, onde Luther tinha saído.
“Eu sei que tenho negligenciado Luther. Mas eu não tenho tempo. O reino, as fronteiras…”
“O reino começa em casa, Randal. A instabilidade no teu coração é a instabilidade no teu trono. Tu tens que te conectar com Luther. Eu não sou apenas o teu consorte político; eu sou o teu mediador familiar,” Matt disse.
Randal levantou-se da cama. Ele parecia mais forte, mais focado. O sono tinha-lhe dado clareza.
“Nós vamos ter uma reunião do Conselho esta manhã. Eu vou apresentar o Manifesto. Tu vais estar ao meu lado, Matt. Tu és o meu Consorte. Tu vais ter que usar o teu conhecimento da linhagem para nos proteger,” Randal disse.
Matt assentiu. “Eu vou estar lá. Mas tu tens que prometer que vais falar com Luther. Tu tens que curar a tua família.”
“Eu prometo,” Randal disse, e ele estava a começar a vestir-se.
Matt sentou-se na cadeira de novo, observando Randal. A sua nova função era esmagadora, mas ele estava pronto.
Randal vestiu a sua túnica real. O anel de sinete brilhava no seu dedo.
Matt pensou na sua vida anterior. Ele era um filósofo errante, vivendo na miséria. Agora, ele era o Consorte da Linhagem, e ele estava a mudar um reino.
Ele olhou para a porta. Ele precisava de um momento de paz antes da tempestade.
Matt saiu do quarto, caminhando pelos corredores silenciosos. Ele chegou à varanda, que dava para o jardim do castelo.
Ele olhou para o rio, onde ele tinha tido a sua visão. A água era clara e calma, e não havia vestígios de ouro líquido ou de estrelas.
Matt sentou-se na varanda, respirando o ar fresco da manhã. Ele tentou se concentrar na sua filosofia.
*A inutilidade é o único caminho para a paz.*
Ele fechou os olhos, tentando se desligar do mundo, mas a sua mente estava cheia de planos e estratégias.
Ele não conseguia voltar a dormir. A sua mente estava muito ativa.
Matt pensou que ele tinha que encontrar uma forma de canalizar o conhecimento das Rainhas e o seu próprio entendimento.
Ele sentiu o sol na sua pele. A luz era intensa, e ele estava a sentir-se revigorado, apesar da noite.
Ele decidiu que precisava de mais informações. Ele tinha que ler sobre a história da Casa de Von Ivory. Ele precisava de aprender a ler.
Matt percebeu que ele tinha que pedir ajuda a Silas. O cientista era o único que podia lhe ensinar a ler e a ter acesso aos textos antigos.
Ele abriu os olhos, e ele olhou para o jardim.
Ele pensou que, se ele pudesse entender a tradição, ele poderia a usar contra Valerius.
Matt levantou-se da varanda, e ele estava a ir para o quarto de Randal, para lhe dizer que ele precisava de falar com Silas.
Ele voltou para o quarto de Randal, e Randal estava pronto.
“Eu preciso de falar com Silas, Randal. Eu preciso de ler os textos antigos sobre a linhagem. Eu sou analfabeto, e eu preciso de aprender a ler,” Matt disse.
Randal sorriu. “Tu és o único filósofo que não sabe ler, Matt. Mas eu vou arranjar Silas. Ele é o meu cientista. Ele vai te ajudar.”
Randal saiu do quarto, e Matt estava sozinho. Ele sentou-se na cadeira de novo.
Ele fechou os olhos, tentando se concentrar. Ele tinha que estar pronto para o Conselho.
Matt adormeceu novamente. O seu sono era imediato e profundo.
Quando ele abriu os olhos, ele estava num barco que flutuava sobre o rio do jardim do castelo. Ele ajeitou-se no barco, olhando para o outro lado onde viu uma mulher muito parecida com ele. Ela então olhou para ele e deu uma pequena risada, não era ironia.
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